Estás a fazê-lo por amor ou por medo?

O Medo disse – Não lho dês! Deixa. O que importa saber o que sentes?
– Silêncio! Deixa-a dar um caminho à sua dor. Um sentido. Ela sempre fez arte com as suas lágrimas. Isso é valioso. É quem ela é. Aceita! Aceita-a. – Respondeu o coração.
Há uma pergunta que guia muitas decisões na minha vida e uso-a muito nas minhas consultas.
Estás a fazê-lo por amor ou por medo?
A tua decisão está baseada onde? Está assente em que emoção? No medo da rejeição? Julgamento? Abandono? Em não seres vista? Ou no amor por ti mesma? Naquilo que é mais justo para ti e para quem está envolvido?
E quantas vezes nos perdemos no ruído externo? Nas vozes que praguejam e nos dedos que apontam? Nada do que está fora não esteve antes dentro.
Não existe aceitação externa se tu própria não te aceitas. Essa é uma longa jornada que trilho desde criança. E talvez também seja a tua. À espera que o outro aceite a tua diferença. A tua espontaneidade. O teu riso. O teu saber. A tua visão. A tua sensibilidade. Até a tua estranheza.
E nessa altura, talvez não tivéssemos tido das nossas figuras de vinculação aquilo que uma criança necessita para ser nutrida. E talvez, em muitos momentos, tivemos que ser nós as grandes para obter esse reconhecimento. Isso moldou-nos. Adestramo-nos. Tornamo-nos marionetas.
Mas esse tempo acabou. Agora nós podemos olhar para essa criança e aceitá-la com todo o amor. Ela já pode ter voz. Ter vez. Ser vista. Por ti.
O movimento começa desde dentro e transborda para fora.
Reconecta-te!
Faz a tua parte! Faz a tua arte!
Em amor, Silvana.